História e Reflexão o Bullying em 1973/74
- Marilia Rosado

- 5 de out. de 2019
- 2 min de leitura
Atualizado: 14 de fev. de 2021
Quando frequentava a escola primária na terceira classe, tinha 9 anos, sofri do que se chama hoje Bullying, um termo inglês, que quer dizer um aluno que, sofre de ameaça, violência verbal e física, pois bem eu com 8 , 9 anos era uma das raparigas mais altas da escola, com essa idade já calçava o 38/39, era muito difícil comprar calçado como se pode imaginar, faziam troça de mim e como não bastasse no Inverno era sempre a escolhida para apanhar lenha, carregar e levar para a lareira da sala, era um longo caminho da minha casa até à escola , fazia um frio de rachar e eu carregada com braçados de lenha, quando chegava, a professora em vez de me agradecer e ajudar, ainda pegava na régua de madeira grossa e na parte de cima da mão dava-me com toda a força, dizia que eu chegava atrasada, o que não era verdade, acho que descarregava a sua raiva em cima de mim, nesse mesmo ano tive debaixo dos braços, mais própriamente nas axilas e nas minhas nádegas furúnculos enormes, tinha que estar de pé na sala de aula o mais atrás possível e de braços abertos, era um sentimento de exclusão e vergonha, imaginem o que é uma turma inteira e no intervalo a escola inteira a rir das minhas dores, enfim .... cada vez que a minha mãe ia comigo à farmácia eu tremia de medo e de dor, o enfermeiro cortava literalmente os caroços para sair o pus, horrivel!!!!
nesse ano chumbei, mas não pensem que eu tinha um mau desempenho, não, mas porque a Professora não me quis passar, era assim.
O Natal aproximava-se e todos tinham que cantar eu escondia-me era uma daquelas obrigações que eu detestava, ainda hoje não aprecio canções de Natal.
A escola era rodeada por arbustos verdes daqueles que tinham uma folha que os rapazes gostavam de rasgar e assobiar com cada folha, pois é em todos os intervalos era exactamente dentro desses arbustos onde eu me escondia.
Hoje em dia o Bullying é um flagelo que atinge milhares de alunos, as suas marcas não são só chumbos no fim de cada ano lectivo ou nódoas negras e traumas para o resto da nossa adolescência e até vida, é muito mais do que isso, é a própria morte.






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