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Coaching e as 5 Fases do luto

Atualizado: 14 de fev. de 2021

Qual a única certeza na vida?

É a que vamos um dia partir, certo? é uma realidade, o que é facto, é que nos ensinam e preparam para tudo ou quase tudo, mas nunca nos preparam para a partida, nem para a aceitação dela.

A morte é e será sempre um grande mistério, ninguém sabe quando é o seu dia, a sua hora, sabemos que não podemos prever, apenas sabemos que um dia ele simplesmente acontece, um último suspiro e que no outro dia não estaremos mais aqui no mundo materializado, ou seja, físico.

Para quem fica, o luto é um momento de dor e vazio, uma despedida que é forçada e eterna, sofremos por que a pessoa que amamos e que fez parte da nossa vida nos deixou, umas pessoas mais cedo outras mais tarde na sua idade, cada pessoa tem um papel na nossa vida, logo não há como medir a dor, esse sentimento que nos esmaga o coração, não é verdade e cada pessoa sente de forma diferente e é impossível quantificar a dor de cada um, apenas aceitar e tentar compreendê-la.


O Luto é um processo

O luto é um processo que vivemos por uma pessoa ou animal.

Geralmente o luto vem acompanhado por tristeza, revolta, culpa, susto, choque, solidão, ausência, desamparo, mas também de sensações como alívio e emancipação.

Por vezes esses sentimentos traduzem-se por sintomas físicos e emocionais, exemplos: aperto no peito, dor de estômago, nó na garganta, falta de ar, perda de energia, tristeza profunda e isolamento.

Por vezes podem aparecer doenças, como a depressão ou outras.

Tomar consciência de que, nunca mais podem ver essa pessoa, viver, trabalhar, conviver com, ter essa companhia habitual, pode levar um ser humano a perder também todos os sonhos, projectos e todas as lembranças associadas ou a ressignificá-los, dando-lhes um novo valor.

Assim como existe o ciclo da vida, que segundo a biologia é nascer, crescer, reproduzir e morrer, existem os ciclos da morte, definidos pela psiquiatra suíça Elisabeth Kubler Ross (1926 – 2004), ela conseguiu identificar a reação psíquica de cada paciente em estado terminal e elaborou o Modelo Kübler Ross, que propõe uma descrição de 5 fases, ou estágios do luto, pelo qual os seres humanos passam ao lidar com a perda, o luto e a tragédia.


Quais são esses 5 estágios do luto

As 5 fases do luto são:

A negação, a raiva, a barganha*, a depressão  e a aceitação (NRBDA).

Conforme Ross, podem não ocorrer por esta ordem e também não possuem um prazo pré definido para acontecerem, depende do tipo de perda e de como cada pessoa reage à ela, no entanto, uma pessoa apresentará sempre pelo menos duas dessas fases ou estágios:

1ª Fase: negação

Essa é a primeira época e a de mais dor, também é considerada como o estágio do isolamento, a pessoa pode não querer falar sobre o assunto e simplesmente afastar-se.

É o momento de questionar e do famoso “e se”, tudo parece impossível, lidar com essa perda e até mesmo de acreditar que de facto aconteceu.

Esse período é considerado como um mecanismo de defesa temporário do Ego, contra a dor psíquica, diante da morte. Aqui a dor normalmente não persiste por muito tempo, sendo logo substituído por uma aceitação parcial, obviamente isto varia de pessoa para pessoa, depende da intensidade do sofrimento de cada um e como são capazes de lidar com a dor. Durante a transição desse estágio para o próximo, é comum a pessoa falar sobre a situação num certo momento e no minuto seguinte a negar completamente.

2ª Fase: Raiva

É o período da revolta, da rebeldia, do descontrole emocional e dos ressentimentos.

É agora que a pessoa se sente injustiçada, inconformada com a perda, pelo fato de o Ego não conseguir manter a negação e o isolamento.

É a fase de perguntas, exemplos:

Por que é que isto aconteceu comigo?

Com tanta gente ruim, porquê esta?

Tanta dor porquê eu? o que foi que eu fiz, para merecer isto?

Eu que sempre fiz o bem, sempre trabalhei e fui honesto (a), perdi a pessoa que mais amo?.

Nesse momento é muito difícil a maioria das pessoas manterem um relacionamento de qualquer natureza. O ato de se relacionar com outro ser humano torna-se problemático, devido ao caos, que a revolta traz ao seu ambiente.

É importante que quem esteja presente, perto de si compreenda que a pessoa não está simplesmente a ser difícil. É essencial lembrar que a angústia é transformada em raiva, uma vez que a pessoa sente as suas atividades de vida serem interrompidas pela doença, morte ou outro tipo de perda.

Sabemos que não é fácil lidar com quem está nesse período, porém isso vai mostrar quem realmente e efectivamente é leal e está disponível para ajudar.

3ª Fase: Barganha

É como a negociação da dor pela perda, pois a negação e o isolamento foram deixados de lado e a pessoa percebe que a raiva não resolveu. Então começa a “barganha” com ela mesma.

São reflexões exemplo:

Vou ser uma pessoa melhor!

Serei mais gentil e simpático(a) com as pessoas.

Irei ter uma vida saudável, etc.

Nesta fase, uma pessoa que exemplo,  tem uma doença, que a mantém impossibilitada de continuar as suas atividades, começa a ficar mais serena, reflexiva e humilde.

Se a saúde dessa pessoa não se restabelece, mesmo tendo “barganhado” consigo mesma, ela passa a utilizar inconscientemente outros recursos, tais como pactos, promessas, sacrifícios e acordos para que tudo volte ao normal.

4ª Fase: Depressão

É o degrau em que o indivíduo toma consciência de que perdeu e que não há como voltar atrás.

Algumas pessoas demoram décadas para sair desta fase ou até nunca vão aceitar essa perda.

Para quem tem uma doença terminal, é o momento em que já não consegue negar as perspectivas da morte. Quem está presente dessa pessoa deve ficar ainda mais próximo, pois nessa fase, a pessoa em questão isola-se do mundo e do convívio social.

São comuns sentimentos de melancolia, desânimo, desinteresse, apatia, tristeza, choro e impotência.

5ª Fase: Aceitação

Aqui há aceitação da perda com paz e tranquilidade, pois já não se nega mais, não se revolta e nem se negocia e o estado de depressão foi substituído pela aceitação, mudando a perspectiva e preenchendo o vazio.

Para a pessoa que está doente, ela não experimenta mais o desespero e nem nega a sua realidade.


Reflexão

O luto é necessário e muitas vezes inevitável.

Saber passar por cada fase e sair dele é um processo que exige muito auto conhecimento e coragem para reagir diante do que aconteceu e aprender com isso, pode inclusivamente tornar a vida melhor e com mais propósito e significado.

Valorizar o que temos, enquanto temos e darmos importância a nós, ao outro e ao mundo à nossa volta são atitudes importantes para continuar existindo.

Na maioria das vezes não será possível reviver todos os momentos plenamente, portanto, é necessário ressignificá-los.

A escolha para isso depende de cada um de nós, como reagimos diante de cada situação.

Na vida, assim como na morte, devemos estar preparados para a mudança, para o encerramento de ciclos e entender a clareza do nosso papel no mundo.

Isso é importante para evoluirmos como seres humanos e aproveitar ao máximo o que a vida nos oferece e enquanto oferece.



Artigo e estudo baseado nos ensinamentos de Self Coaching do meu Mestre Master Coach José Roberto Marques do IBC.

 
 
 

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